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Estimulação precoce

A estimulação precoce é fruto de um processo historicamente constituído para favorecer o desenvolvimento e a aprendizagem de crianças de 0 a 3 anos, especialmente aquelas consideradas como crianças de alto risco ou com suspeita de apresentarem alguma deficiência[1]. Nessa fase da vida, no passado, essas crianças cresceram sem o aparato das ações da educação infantil, muito menos um serviço identificado como tal. Dessa forma, iniciamos este trabalho, destacando alguns conceitos relacionados à temática, especialmente os que resultam de estudos que nos esclarecem a quem se destina a estimulação precoce, evidentemente, pessoas com deficiência e crianças de alto risco. Por crianças de alto risco, compreende-se,
[…] as que têm o desenvolvimento ameaçado por condições de vulnerabilidade decorrentes de fatores de natureza somática, como determinadas doenças adquiridas durante a gestação, alimentação inadequada tanto da gestante quanto da criança, ou nascimento prematuro (Organização dos Estados Americanos, apud BRASIL, 1995, p. 17).

Enquanto, pessoas com deficiência, numa interpretação mais recente
[…] são aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdades de condições com as demais pessoas (BRASIL, 2011, art. 1º, p. 24).
Por tudo isso, uma questão importante merece destaque, as ofertas do meio e as condições para que a criança realmente tenha sucesso ao longo de seu desenvolvimento global, o que compreende a articulação do meio e da família. A estimulação precoce deve centrar-se na

[…] dimensão humana das [possibilidades e para a melhoria das condições socioemocionais e ambientais: interação, comunicação, ação, adaptação do meio e das atividades, pois inclusão significa participação ativa da criança na vida familiar, escolar e comunitária (BRASIL, 2005b, p. 47).

Trata-se de uma rede de ação sólida e ainda, a inclusão de crianças requer professores comprometidos com a interação, preparados para uma acolhida que proporcione aproximação, escuta e observação qualificada de suas necessidades, no sentido de favorecer a interpretação das maneiras e condições da criança se comunicar e compreender a si mesma e o mundo no seu entorno, da mesma forma, condições de relacionamento e exploração do ambiente e dos objetos.

[1] As deficiências podem ser: mental/intelectual, física, sensorial e múltipla. (Resol. 4, CNE/CEB-2009).

Fonte: APAE BRASIL

É POSSÍVEL PREVENIR A DEFICIÊNCIA INTELECTUAL?

 

Sim, é possível preveni-la. Cerca de 30 a 40% dos casos de Deficiência poderiam ter sido evitados, com medidas preventivas.

COMO PODEMOS PREVENIR A DEFICIÊNCIA INTELECTUAL?

Período Pré-Concepcional (antes de engravidar):

  • atualize sua carteira de vacinação. Não deixe de tomar a vacina contra Rubéola (se ela for contraída na gestação, o bebê pode nascer com vários problemas);
  • Evite casamento entre parentes (maior possibilidade de problemas genéticos);
  • Faça todos os exames ginecológicos indicados pelo seu médico;
  • Se tiver caso de Deficiência na sua família, relate isso para o seu médico. Para alguns casos, será necessário o casal passar por um aconselhamento genético;
  • Faça os exames para detectar sífilis, toxoplasmose, AIDS, citomegalovírus, para verificar o tipo sanguíneo e o fator RH;
  • Mantenha sempre uma alimentação saudável e se você possui o hábito de beber alguma bebida alcoólica (cerveja, cachaça, vinho e outras) já pare de beber, pois quando você engravidar você não poderá beber nada.

Período Pré-Natal (durante a gestação):

  • Não beba nenhum tipo de bebida alcoólica, em nenhuma quantidade, em nenhum momento. Abstinência total de álcool. Atualmente a ingestão de álcool na gestação é a causa ambiental mais frequente de Deficiência Intelectual.
  • Não fume, não use drogas;
  • Faça o pré-natal regularmente. Faça todos os exames de controle.
  • Não tome nenhum medicamento sem orientação médica;
  • Tenha sempre uma alimentação saudável;
  • Não se exponha a radiações (Raio X);
  • Evite contato com pessoas com doenças infecciosas;
  • Período Perinatal (no momento do parto);
  • Tenha seu filho em um Hospital ou uma Maternidade e siga todas as orientações médicas passadas.

Período Pós-Natal (depois do nascimento):

  • Ao nascimento, o bebê recebe uma nota que avalia as condições cardíacas, respiratórias, musculares e dos reflexos. Essa nota é chamada de Apgar. É importante você conhecer esta nota.
  • Faça o Teste do Pezinho e lembre-se que o ideal é que o teste seja feito do 2º. ao 5º. dia de vida do bebê. É um exame simples e muito importante, este teste pode detectar doenças que se forem tratadas a tempo, podem evitar que seu filho tenha a Deficiência Intelectual.
  • Faça também o teste da orelhinha e o teste de fundo de olho.
  • Amamente seu bebê. Toda mãe tem leite e é um leite forte (não existe leite fraco) e que pode proteger o bebê de muitas doenças e além disso, a amamentação fortalece o vínculo da mãe com o bebê.
  • Leve seu bebê mensalmente ao pediatra (puericultura);
  • Não dê remédios ao seu filho sem orientação médica;
  • Vacine sempre seu filho. Mantenha a carteirinha de vacinação em dia.
  • Evite acidentes domésticos, mantenha as crianças longe de fogo, de álcool, objetos cortantes, tomadas elétricas, etc.
  • Ame seu filho. Falta de afeto, de vínculo e de estímulos podem prejudicá-lo;
  • A estimulação em ambiente familiar e escolar é essencial ao desenvolvimento da criança, desta forma: brinque, cante, converse, leia histórias, ensine coisas novas.
  • Creches e escolas podem estimular o desenvolvimento da criança;

Caso você perceba algum atraso ou dificuldade no desenvolvimento, procure seu médico pediatra ou você até solicitar uma avaliação na APAE da sua cidade (em muitas cidades a Apae tem uma equipe que avalia e acompanha o desenvolvimento de crianças consideradas de risco ou que apresentam algum transtorno no desenvolvimento).

Referência: APAE Brasil/ APAE Limeira

SOBRE O AUTISMO

 

Transtorno do Espectro Autista é nome científico do autismo, é uma síndrome que impacta as habilidades de comunicação, de socialização e outros comportamentos do indivíduo. Nenhum autista é igual ao outro, dessa forma, cada descoberta e desenvolvimento é feita de forma singular, de acordo com a percepção e necessidades da pessoa autista. Nem todo autista apresenta os sinais, e algumas pessoas que apresentam sinais similares, não são autistas!

Atenção aos sinais

  • Pouco contato visual;
  • Indiferença ao colo;
  • Pouco interesse por outras pessoas ou crianças;
  • Ausência de gestos sociais espontâneos;
  • Irritabilidade frequente;
  • Não sabe brincar corretamente com brinquedos lúdicos;
  • Perda ou regressão de habilidades sociais e da fala organizada;
  • Atraso de fala;
  • Interesse excessivo por alguns objetos, brinquedos ou situações fora do contexto;
  • Medo excessivo de contatos ou de ambientes com pessoas.

Caso você detecte qualquer sinal antes de um médico ou diagnóstico, deve ir ao neurologista infantil ou psiquiatra com seu filho. Assim, ele vai poder ser diagnosticado por um especialista. Segundo Clay, o diagnóstico é clínico e depende de observação do comportamento da criança por meio de visualização direta, uso de fotos e vídeos, escalas de avaliação e do relato detalhado dos cuidadores.

Comportamentos típicos

  • Desinteresse por ações ou brincadeiras compartilhadas;
  • Pouca ou nenhuma reciprocidade ao ser chamado ou incomodado;
  • Ausência de capacidade de comunicação social;
  • Alterações de sensibilidade auditiva, táctil, visual;
  • Aversão por regras, rotinas e impedimentos do que gosta de fazer;
  • Comportamentos e interesses excessivamente exagerados por alguns assuntos, objetos, sensações etc;
  • Fala mecanizada, monótona, rítmica sem respeitar momentos ou situações;
  • Ingenuidade social e desconhecimento sobre gestos e comunicações simbólicas.

Dez curiosidades sobre o autismo

1- É mais comum em meninos

Os estudos indicam que, por conta do desenvolvimento neurológico diferente de meninos e meninas, o autismo está mais presente nos meninos, pois o cérebro das meninas tolera mais mutações genéticas e essa característica traz uma proteção contra o desenvolvimento de um quadro de autismo.

2- Meninas com autismo tem mais epilepsia

O autismo em meninas aumenta os riscos de ocorrências epilépticas. Tal mecanismo ainda não é bem compreendido pela medicina, mas suspeita-se que os fatores capazes de proteger as meninas do transtorno estariam ligados a uma contrapartida: o quadro seria mais severo e com maior chance de desenvolver deficiência intelectual e epilepsia em menina.

3- A causa parece mesmo ser genética

Por anos, achava-se que o autismo era uma anomalia gerada por “mães geladeiras” ou por famílias que não davam carinho e retorno afetivo suficientes aos filhos. Mas, desde os anos 70, com pesquisas confiáveis mostrando a associação dele com doenças neurológicas, epilepsias, síndromes genéticas, malformações cerebrais, etc., a teoria vem caindo por terra e o consenso entre especialistas hoje é de o autismo é um transtorno biológico e geneticamente herdado.

4- Nem todo autista tem problema na fala

O autismo difere de acordo com a pessoa.  Existem os que não falam, os que falam com dificuldades e aqueles que falam com perfeição e seguindo todas as regras gramaticais, inclusive. O importante é saber que mesmo falando bem, quem tem autismo apresentam dificuldade para se expressar de acordo com o contexto social e tendem a falar de forma mecânica e repetitiva.

5- Eles costumam não gostar de escrever

Muitas crianças e jovens com autismo apresentam problemas motores, de coordenação, e/ou de percepção sensorial para sentir, reconhecer o tato e dificuldade para manipular lápis ou canetas. Tal limitação faz com que muitas delas evitem escrever. Com isso, acabam não criando habilidade do escrever. Portanto, são necessárias intervenções especializadas para corrigir, aos poucos, essa dificuldade.

6- Nenhum autista é igual

A variedade de apresentação clínica do autismo é uma das marcas principais.  Para além das características básicas, os prejuízos cognitivos, comportamentais, sensoriais, de linguagem e de nível intelectual mudam de criança para criança.  O motivo é a variabilidade genética envolvida e as diferenças de ambiente e do momento da intervenção nestas crianças.

7- Medicação faz bem para todos os autistas

O uso de medicações no autismo é importante especialmente para aqueles com severos comportamentos antissociais, agressivos, opositores e que possam levar a epilepsia e problemas de sono. Mas nem toda a criança com autismo precisa ser medicada! Deve-se, sempre, avaliar caso a caso.

8- A idade materna avançada aumenta risco de autismo

Isto é fato! A idade para ser mãe pode influenciar o risco de ser uma criança com autismo. Ficar grávida acima dos 40 anos eleva muito o risco de se ter um filho autista.  Dados do National Institute for Health and Care Excellence (NICE) – uma espécie de Ministério da Saúde do Reino Unido, mostram uma relação direta entre a idade materna e o aparecimento do autismo em  crianças.

9- Nem todo autista tem deficiência intelectual

Nem toda criança com autismo tem deficiência intelectual. Muito pelo contrário!  Cerca de 5% tem altas habilidades ou superdotação. Além disso, 40% apresentam nível de inteligência normal. São aptos, portanto, para a vida escolar e acadêmica. Assim, reconhecer esta condição e estas particularidades é importante para se evitar a ideia de que autistas, em geral, não conseguirão aprender.  Entretanto, 50% deles têm deficiência intelectual.

10- Autista beija e abraça

Sim, eles beijam e abraçam!  Não é porque são autistas que não fazem nem um nem o outro…  O fato não está no ato em si (beijar, abraçar), mas como beijam e abraçam no ambiente e de que forma expressam suas manifestações de carinho.  O autista faz isto muitas vezes de forma repetitiva, sem intencionalidade espontânea, forçados pelos outros ou o fazem de forma estranha, compulsiva.

Referencia: https://paisefilhos.uol.com.br/crianca/10-curiosidades-sobre-o-autismo/

https://genialcare.com.br/blog/curiosidades-sobre-o-autismo/

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